O mercado brasileiro de livros eletrônicos, os chamados e-books, ainda está na fase inicial se comparado com Estados Unidos: lá, somente a Amazon oferece mais de 700 mil títulos. Mas nesta semana os leitores brasileiros ganharam um reforço com o anúncio de que o Ponto Frio começa a vender livros eletrônicos em seu site. Todos os títulos, por enquanto, são parte de uma parceria com a Ediouro e estão disponíveis em português -- uma vantagem local em relação à Amazon, onde a maioria do conteúdo está em inglês.
A seção que oferece a novidade no site do Ponto Frio ainda é tímida: fica no pé da página de livros e contava, até a noite de quarta-feira (15), com 65 títulos. O objetivo é chegar aos 80 até o final desta semana e aos 500 ainda em setembro. “Estamos em negociação com todas as editoras desse mercado”, afirmou ao UOL Tecnologia Claudio Campos, gestor da área de distribuição digital do site, que pertence ao grupo Pão de Açúcar.
Ainda segundo Campos, a recomendação para as editoras é que os livros digitais custem 30% menos que os físicos. O título “1822”, de Laurentino Gomes, sai por R$ 28,40 na versão eletrônica e R$ 34,10 na tradicional, por exemplo. Há ainda um “combo” com as duas alternativas pro R$ 58,80. Livros gratuitos podem ser oferecidos no site, mas este não é o foco.
Concorrência
No Brasil, grandes livrarias entraram recentemente na área de e-books: Cultura e Saraiva oferecem conteúdo digital, além do site de comércio eletrônico Submarino. Esse último fechou uma parceria com a Gato Sabido, responsável pela comercialização do leitor digital Cool-er. Na lista dos competidores também aparecem as virtuais Amazon, com conteúdo para o Kindle, e a iBookstore, que oferece livros para o iPad.
Ao contrário do Kindle, que tem uma biblioteca de livros com formato proprietário, os títulos disponibilizados no Ponto Frio poderão ser acessados em diversos tipos de eletrônico. Isso porque os arquivos seguem o padrão aberto ePub, compatível com o leitor digital da Sony (Reader), da Barnes & Noble (Nook) e da Apple (iPad, com funções além da leitura), por exemplo. Alguns títulos da nova livraria digital poderão ser compartilhados entre o computador, leitor digital e celular do usuário.
Campos acredita que o principal público dessa nova área será formado por pessoas mais velhas, com uma frequência de leitura acima da média. “A aposta desse mercado nos Estados Unidos eram os jovens, por conta da tecnologia. No entanto, o destaque foi para os usuários mais velhos. Acredito que no Brasil deva acontecer o mesmo”, afirmou.
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